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Luan bueno

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lixo hospitalar

19-09-2010 12:29

 Engº Mecânico e Consultor do Grupo VIda

                  LIXO HOSPITALAR - O PROBLEMA

 

Os Resíduos Sólidos Hospitalares ou como é mais comumente denominado "LIXO HOSPITALAR", sempre constituiu-se um problema bastante sério para os Administradores Hospitalares, devido principalmente a falta de informações a seu respeito, gerando mitos e fantasias entre funcionários, pacientes, familiares e principalmente a comunidade vizinha as edificações hospitalares e aos aterros sanitários.

A atividade hospitalar é por sí só uma fantástica geradora de resíduos, inerente a diversidade de atividades que desenvolvem-se dentro destas empresas. O grande volume de compras de materiais e insumos para fazer funcionar, segundo Peter Drucker, a mais complexa das organizações, faz-nos responsável pelo destino de, números como os de que um hospital com cerca de 800 leitos, gere um volume de lixo hospitalar igual ao coletado em todo o município de Nova Prata- RS, por exemplo!

O desconhecimento e a falta de informações sobre o assunto faz com que, em muitos casos, os resíduos, ou sejam ignorados, ou recebam um tratamento com excesso de zêlo, onerando ainda mais os já combalidos recursos das instituições hospitalares. Não raro lhe são atribuídas a culpa por casos de infecção hospitalar e outras tantas mazelas dos nosocômios. A incineração total do lixo hospitalar é um típico exemplo de excesso de cuidados, sendo ainda neste caso, uma atitude politicamente incorreta devido aos subprodutos lançados na atmosfera como dioxinas e metais pesados.

Em sua grande maioria, os hospitais pouco ou quase nenhuma providência tomam com relação as toneladas de resíduos gerados diariamente nas mais diversas atividades desenvolvidas dentro de um hospital. Muitos limitam-se a encaminhar a totalidade de seu lixo para sistemas de coleta especial dos Departamentos de Limpeza Municipais, quando estes existem, lançam diretamente em lixões ou simplesmente "incineram" a totalidade dos resíduos.

Importante também destacar, os muitos casos de acidentes com funcionários envolvendo perfurações com agulhas, lãminas de bisturí e outros materiais denominados perfuro-cortantes.

O desconhecimento faz com que este fantasma, chamado "LIXO HOSPITALAR", cresça e amedronte os colaboradores e clientes das instituições de saúde.

 

                 LIXO HOSPITALAR - AS SOLUÇÕES

 

Os constantes problemas, o desconhecimento, o medo, mas principalmente o desejo de que o assunto fosse tratado de uma forma técnica, profissional, levou-nos a desenvolver um projeto que resolvesse definitivamente o problema "LIXO HOSPITALAR".

 

 

Objetivos do projeto:

- Elevar a qualidade da atenção dispensada ao assunto "resíduos sólidos dos serviços de saúde";

- Permitir o conhecimento das fontes geradoras dos resíduos. A atividade Hospitalar gera uma grande variedade de tipos de resíduos distribuídos em dezenas de setores com atividades diversas;

- Estimular a decisão por métodos de coleta, embalagem, transporte e destino adequados;

- Reduzir ou se possível eliminar os riscos a saúde dos funcionários, clientes e comunidade;

- Eliminar o manuseio para fins de seleção dos resíduos, fora da fonte geradora;

- Permitir o reprocessamento de resíduos cujas matérias primas possam ser reutilizadas sem riscos à saúde de pacientes e funcionários;

- Reduzir o volume de resíduos para incineração e coleta especial;

- Colaborar para reduzir a poluição ambiental, gerando , incinerando e encaminhando aos órgão públicos a menor quantidade possível de resíduos.

 

      PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DOS                     RESÍDUOS SÓLIDOS HOSPITALARES

 

Etapas para Elaboração do Projeto

 

Reconhecer as fontes geradoras dos resíduos hospitalares;

Identificar e classificar todos os tipos de resíduos por fonte geradora ou setores e serviços envolvidos;

Rotinizar condutas para seleção, coleta e transporte dos resíduos hospitalares, classificando-os conforme as normas técnicas que foram estabelecidas e legislação vigente contemplando: periculosidade, volume e reciclagem;

Definir atribuições aos diversos serviços e setores envolvidos, com a operacionalização do programa em cada uma das suas diferentes etapas;

 

IDENTIFICAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS HOSPITALARES

 

1. RESÍDUOS INFECCIOSOS - Material proveniente de isolamentos, sangue humano e derivados, material patológico, materiais perfurantes e cortantes, resíduos de diagnóstico e tratamento (gaze, drenos, sondas, absorventes e qualquer material sujo com resíduos e fluidos corpóreos) e peças anatômicas provenientes de amputações e biopsias. Passou a ser denominado de grupo 1.

 

2- RESÍDUOS ESPECIAIS - Material radioativo, farmacêutico e químicos. Passou a ser denominado de grupo 2.

 

3- RESÍDUOS GERAIS OU COMUNS - Materiais provenientes das áreas administrativas, resíduos alimentares da produção de alimentos, áreas externas e jardins, sucatas e embalagens reaproveitáveis. Passou a ser denominado de grupo 3.

 

 

ACONDICIONAMENTO E DESTINO DOS RESÍDUOS HOSPITALARES

 

GRUPO 1 - material perfuro cortante em caixas de papelão reaproveitadas e adaptadas para esta finalidade, demais resíduos em sacos plásticos brancos identificados com a simbologia de material infectante - destino: incineração ou aterro sanitário através de sistema de coleta especial;

GRUPO 2 - material radioativo conforme legislação própria do CNEN; material farmacêutico é devolvido aos fabricantes conforme acordo na compra do próprio material;

GRUPO 3 - vidros, plásticos, papel, papelão, metais e outros materiais recicláveis recebem embalagens próprias conforme o tipo de material - destino: reciclagem interna ou venda como sucatas diversas.

Toda a elaboração do projeto teve como premissa básica de que "a separação e embalagem deve ser feita no local de orígem e não deve ser admitida a separação posterior".

Na implantação do projeto, em um hospital de 200 leitos, verificou-se que apenas 5 % em peso do lixo hospitalar, classificava-se como sendo do grupo 1, ou seja, resíduos que realmente necessitavam de cuidados e atenção especial, os demais 95 % eram idênticos aos gerados nos ambientes domésticos.